terça-feira, 14 de dezembro de 2010










Tenho dois seres em mim
Quietos aqui no meu peito
Uma prefere gritar
Outra prefere calar

Uma é toda rebelde
Enquanto a outra descreve 
tudo aquilo que vê
Esta se chama Camila,
Sabe tudo e explica
Como a poesia nasceu
E como Pessoa morreu.

Meu outro ser é Ana
Tão louca,tão leviana
Que vive a disparecer
Livrando todo o seu ser.
De uma eterna agonia
Chamada monotonia
Que vive a lhe aborrecer.


Camila sonhando
Que em um cavalo branco
Viria lhe visitar seu lindo cavalheiro.
Enquanto a Ana fica quietinha,
esperando que o seu roqueiro
Nos palcos torne-a rainha.


Juntas com harmonia
Celebram a alegria
De poder ter enfim,
Um pedaço dentro de mim
Para chamar de moradia.


sábado, 4 de dezembro de 2010



Enquanto o mundo grita lá fora,
Me encontro  neste silêncio contínuo,
Buscando trilha sonora
Para o âmago do meu desatino.


Trancada entre quatro paredes
E um mundo desmoronando,
Sacio esta minha sede
Com as palavras de um educando.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010





Você nunca vai ser o suficiente para eles
eles vão tirar ate a sua última gota de sangue.
Você vai ser sempre o zero á esquerda,a bonequinha de pano deles
vão te cuspir a face, ridicularizar você.
O melhor de você nunca vai ser suficiente pra eles
mas vc vai cair,sofrer,chorar e suas lágrimas
não passarão de um doce vinho pra eles.

se alimente da dor,sacie-se com o cálice de suas lágrimas
depois de tudo o q eles fizerem pra te derrotar
 o único triunfo será o seu.
vc é especial acredite!
só vc consegue
e apesar de tudo o que eles dizem
vc nasceu para lutar
erga-se
lute
dê a cara á tapa
vc é o MELHOR!

domingo, 17 de outubro de 2010

Estou tão viciada em você
pois cada vez que olho 
tua face  não existo
parece uma música sincronizada 
em ritmo perfeito.

O timbre da tua voz me enlouquece
Agora vc vai embora 
não vou suportar 
a abstinência do teu ar
volta e devolva minha vida.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Saudade..


Sentimento único e verdadeiro


Expresso nos olhos ansiosos 


Da pessoa que abandonorá 


Sua doce realidade


Para viver de migalhas


De abraços,beijos e carinhos.




Quem inventou a distância,


Não sabe quão dolorosa 


É a saudade.


Um coração cheio de saudade


Vive sempre á  procura 


Do seu complemento

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Em um dia não muito inspirador,em que nada funcionou,escrevo cá este meu tímido post.Vou confessar faz parecer que o mundo conspira contra você.


Nesta tarde agonizante
me falta inspiração 
para criar os meus versos
com maior dedicação.
Em sentimentos expressos
Como a falta de emoção.


Eu queria poder mostrar 
algo de extrema beleza
Em um dia angustiante
alegrando este momento
com um toque de leveza
cercando este instante
com maior delicadeza


Já esta chegando a noite
e eu na busca  incessante 
na espera de esplendor
que está sendo agonizante 





Esta minha dispersão
por algo interessante




sábado, 4 de setembro de 2010

Um toque feminino na literatura brasileira

Clarice Lispector, nascida Haia Lispector (Chechelnyk, 10 de dezembro de 1920Rio de Janeiro, 9 de dezembro de 1977) foi uma escritorabrasileira, nascida na Ucrânia. Autora de linha introspectiva, buscava exprimir, através de seus textos, as agruras e antinomias do ser. Suas obrascaracterizam-se pela exacerbação do momento interior e intensa ruptura com o enredo factual, a ponto de a própria subjetividade entrar em crise.

Quadrilha – poema de Carlos Drummond de Andrade

Poema publicado no livro Alguma Poesia de 1930:

João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história.

O autor

Carlos Drumond de Andrade (1902-1987) foi poeta e contista do modernismo. Nasceu em Itabira e morreu no Rio de Janeiro. Como os modernistas, proclama a liberdade das palavras, uma libertação do idioma que autoriza modelação poética à margem das convenções usuais. Segue a libertação proposta por Mário de Andrade. Com a instituição do verso livre, acentua-se a libertação do ritmo, mostrando que este não depende de um metro fixo (impulso rítmico). Se dividirmos o Modernismo numa corrente mais lírica e subjetiva e outra mais objetiva e concreta, Drummond faria parte da segunda, ao lado do próprio Mário de Andrade.

domingo, 18 de julho de 2010

Dispersão-Mário de sá-carneiro
Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto
E hoje, quando me sinto.
É com saudades de mim.

Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...

Para mim é sempre ontem,
Não tenho amanhã nem hoje:
O tempo que aos outros foge
Cai sobre mim feito ontem.

(O Domingo de Paris
Lembra-me o desaparecido
Que sentia comovido
Os Domingos de Paris:

Porque um domingo é família,
É bem-estar, é singeleza,
E os que olham a beleza
Não têm bem-estar nem família).

O pobre moço das ânsias...
Tu, sim, tu eras alguém!
E foi por isso também
Que me abismaste nas ânsias.

A grande ave doirada
Bateu asas para os céus,
Mas fechou-as saciada
Ao ver que ganhava os céus.

Como se chora um amante,
Assim me choro a mim mesmo:
Eu fui amante inconstante
Que se traiu a si mesmo.

Não sinto o espaço que encerro
Nem as linhas que protejo:
Se me olho a um espelho, erro -
Não me acho no que projeto.

Regresso dentro de mim
Mas nada me fala, nada!
Tenho a alma amortalhada,
Sequinha, dentro de mim.

Não perdi a minha alma,
Fiquei com ela, perdida.
Assim eu choro, da vida,
A morte da minha alma.

Saudosamente recordo
Uma gentil companheira
Que na minha vida inteira
Eu nunca vi... Mas recordo

A sua boca doirada
E o seu corpo esmaecido,
Em um hálito perdido
Que vem na tarde doirada.

(As minhas grandes saudades
São do que nunca enlacei.
Ai, como eu tenho saudades
Dos sonhos que sonhei!... )

Um dos mais belos poemas do gonçalves:
Canção do exílio

"Minha terra tem palmeiras,

Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,

Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,

Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,

Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite -
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,

Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
Nossa há quanto tempo,hein? desculpem mas ferias são... ah vcs sabem! bem ja estou me aquecendo pra volta as aulas!!!!!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

MAR PORTUGUÊS

    Ó mar salgado, quanto do teu sal
    São lágrimas de Portugal!
    Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
    Quantos filhos em vão rezaram!

    Quantas noivas ficaram por casar
    Para que fosses nosso, ó mar!
    Valeu a pena? Tudo vale a pena
    Se a alma não é pequena.

    Quem quere passar além do Bojador
    Tem que passar além da dor.
    Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
    Mas nele é que espelhou o céu.

    fernando pessoa

terça-feira, 1 de junho de 2010


li um livro maravilhoso!!! onome do livro é ISAAC MEWTON E SUA MAÇÃ!!!
Navegue



Navegue, descubra tesouros, mas não os tire do fundo do mar, o lugar deles é lá.
Admire a lua, sonhe com ela, mas não queira trazê-la para a terra.
Curta o sol, se deixe acariciar por ele, mas lembre-se que o seu calor é para todos.
Não tente deter o vento, ele precisa correr por toda a parte, ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Não apare a chuva, ele quer cair e molhar muitos rostos, não pode molhar só o seu.

As lágrimas? Não as seque, elas precisam cair na minha, na sua em todas as faces.
O sorriso! Esse você deve segurar, mas não deixe ir embora, agarre-o!
Quem você ama? Guarde dentro de um porta jóias, tranque, perca a chave!
Quem você ama é a maior jóia que você possui, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira, se o milênio é outro, se a idade aumenta...
Conserve a vontade de viver, não se chega a parte alguma sem ela.
Abra todas as janelas que encontrar e as portas também.
Persiga um sonho, mas não o deixe viver sozinho.
Alimente sua alma com amor, cure suas feridas com carinho.
Descubra se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas.

Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for.
Dê um sorriso para quem se esqueceu como se faz isso.
Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam.
Olhe para o lado, alguém precisa de você.
Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca.
Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os.
Agonize de dor por um amigo, só saia dessa agonia se conseguir tirá-lo também.
Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura.
Arrependa-se, volte atrás, peça perdão!
Não se acostume com o quem não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.

Se achar que precisa voltar, VOLTE!
Se perceber que precisa seguir, SIGA!
Se estiver tudo errado, COMECE NOVAMENTE.
Se estiver tudo certo, CONTINUE.
Se sentir saudades, MATE-A.
Se perder um amor, NÃO SE PERCA!
Se achá-lo, SEGURE-O!

Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
"O MAIS É NADA".





...Autor: Fernando Pessoa...

terça-feira, 27 de abril de 2010


FERNANDO
PESSOA

AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Fernando Pessoa

quinta-feira, 18 de março de 2010

Ah, tormento que eu não posso confessar...
O que eu escrevo é a verdade, eu não minto,
eu declaro tudo aquilo que eu sinto,
e é a outra que teus lábios vão beijar...

Sei que quanto mais verdade tem no escrito,
mais distante eu te ponho dos meus braços,
pois desenho o paralelo de dois traços
que na certa vão perder-se no infinito...

Estes versos feitos para te emocionar
justificam todo o amor que tens por ela
e as carícias que esses dois amantes trocam.

E eu te excito, sem que venhas a notar
que esses lábios que tu beijas são os dela,
mas são minhas as palavras que te tocam

(A marca de uma lágrima)
Pedro Bandeira
Há o momento de chegada
E o instante de partida
Quanta vida já vivi
Quanto resta a ser vivida?

São dois espelhos quebrados
Dois vezes sete de má sorte
Já vivi quatorze anos
Quanto resta para a morte?

É fácil vê-la chegar
Em cada momento que passe
Pois se começa a morrer
No momento em que se nasce

Estou caminhando pra morte
Não decidi meu nascer
Da morte não sei o dia
Mas posso saber!
Pedro Bandeira
Ismália

Alphonsus de Guimaraens


Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...



Alphonsus de Guimaraens (Afonso Henriques da Costa Guimaraens), nasceu em Ouro Preto (MG), em 1870 e faleceu em Mariana (MG), em 1921. Bacharelou-se em Direito, em 1894, em sua terra natal. Desde seus tempos de estudante colaborava nos jornais “Diário Mercantil”, “Comércio de São Paulo”, “Correio Paulistano”, “O Estado de S. Paulo” e “A Gazeta”. Em 1895 tornou-se promotor de Justiça em Conceição do Serro (MG) e, a partir de 1906, Juiz em Mariana (MG), de onde pouco sairia. Seu primeiro livro de poesia, Dona Mística, (1892/1894), foi publicado em 1899, ano em que também saiu o “Setenário das Dores de Nossa Senhora. Câmara Ardente”. Em 1902 publicou “Kiriale”, sob o pseudônimo de Alphonsus de Vimaraens. Sua “Obra Completa” foi publicada em 1960. Considerado um dos grandes nomes do Simbolismo, e por vezes o mais místico dos poetas brasileiros, Alphonsus de Guimaraens tratou em seus versos de amor, morte e religiosidade. A morte de sua noiva Constança, em 1888, marcou profundamente sua vida e sua obra, cujos versos, melancólicos e musicais, são repletos de anjos, serafins, cores roxas e virgens mortas.

(fonte: Itaú Cultural)

quinta-feira, 4 de março de 2010

O que penso eu do mundo? Sei lá o que penso do mundo! Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que idéia tenho eu das cousas? Que opinião tenho sobre as causas e os efeitos? Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma E sobre a criação do Mundo?
Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos E não pensar. É correr as cortinas Da minha janela (mas ela não tem cortinas).
O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério! O único mistério é haver quem pense no mistério. Quem está ao sol e fecha os olhos, Começa a não saber o que é o sol E a pensar muitas cousas cheias de calor. Mas abre os olhos e vê o sol, E já não pode pensar em nada, Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos De todos os filósofos e de todos os poetas. A luz do sol não sabe o que faz E por isso não erra e é comum e boa.
Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores? A de serem verdes e copadas e de terem ramos E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar, A nós, que não sabemos dar por elas. Mas que melhor metafísica que a delas, Que é a de não saber para que vivem Nem saber que o não sabem?
"Constituição íntima das cousas"... "Sentido íntimo do Universo"... Tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada. É incrível que se possa pensar em cousas dessas. É como pensar em razões e fins Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.
Pensar no sentido íntimo das cousas É acrescentado, como pensar na saúde Ou levar um copo à água das fontes.
O único sentido íntimo das cousas É elas não terem sentido íntimo nenhum. Não acredito em Deus porque nunca o vi. Se ele quisesse que eu acreditasse nele, Sem dúvida que viria falar comigo E entraria pela minha porta dentro Dizendo-me, Aqui estou!
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos De quem, por não saber o que é olhar para as cousas, Não compreende quem fala delas Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)
Mas se Deus é as flores e as árvores E os montes e sol e o luar, Então acredito nele, Então acredito nele a toda a hora, E a minha vida é toda uma oração e uma missa, E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores e as flores E os montes e o luar e o sol, Para que lhe chamo eu Deus? Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar; Porque, se ele se fez, para eu o ver, Sol e luar e flores e árvores e montes, Se ele me aparece como sendo árvores e montes E luar e sol e flores, É que ele quer que eu o conheça Como árvores e montes e flores e luar e sol.
E por isso eu obedeço-lhe, (Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?). Obedeço-lhe a viver, espontaneamente, Como quem abre os olhos e vê, E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes, E amo-o sem pensar nele, E penso-o vendo e ouvindo, E ando com ele a toda a hora.FERNANDO PESSOA